Lentamente o consumidor brasileiro começa a acordar para a qualidade do alimento orgânico e,neste momento, ele também se depara com diversos termos (aparentemente) sinônimos que,com certeza, o confundem. Afinal qual é o melhor alimento e o que significa cada termo?
O filósofo e pesquisador austríaco Rudolf Steiner(1924) ampliou a visão da agricultura baseadona ciência espiritual da Antroposofia, chamando-a de Agricultura Biodinâmica. As idéias deSteiner foram difundidas por todo o mundo com a colaboração de E.E Pfeiffer.
Na prática, o diferencial da Agricultura Biodinâmica se faz com a utilização de preparados
biodinâmicos, compostos de alta diluição elaborados na perspectiva homeopática, a partir de substâncias minerais, vegetais e animais. Os compostos biodinâmicos, além de esterco e matéria orgânica, são adicionados de plantas medicinais. Além disso, as influências cósmicas e astronômicas também são consideradas e a Biodinâmica segue um calendário de influências da lua e de outros planetas no crescimento, plantio e colheita das plantas.
Uma estreita relação com os reinos da natureza e com a fenomenologia de Goethe também está presente na Agricultura Biodinâmica, relação que embasa conceitos como o de “fazenda como organismo vivo” e “força vital ou etérica” dos alimentos, do solo e da planta. As práticas da agricultura biodinâmica possuem seu próprio sistema de certificação, o selo Demeter de qualidade, fiscalização e credenciamento de agricultores.
Agricultura Biológica
No início dos anos 30, na Suíça, surgiu também outro movimento de agricultura a partir das idéias de um biologista e político, Hans Muller, que tinha objetivos socioeconômicos e políticos e buscava a autonomia do agricultor e a comercialização direta. O modelo foi difundido por volta dos anos 60 quando o médico Hans Peter Rusch difundiu esse método que também tinha por princípios a proteção do ambiente, a qualidade biológica dos alimentos e o desenvolvimento de fontes de energia renováveis.
Uma característica inicial dessa corrente era a de não priorizar a associação agricultura/pecuária. O uso da matéria orgânica podia vir de outras unidades de produção e o essencial era a integração das unidades de produção com as atividades socioeconômicas locais.
Na França, a Fundação Nature e Progrés e na Alemanha, a Associação Bioland são adeptas
desse movimento e nesses países, bem como em Portugal, o termo mais comum é “alimento biológico”.
Agricultura Orgânica
O pesquisador Albert Howard, considerado o pai da Agricultura Orgânica, trabalhou na Índia, a serviço da Inglaterra, na estação experimental de Pusa e começou a observar a maneira que os camponeses indianos reciclavam materiais orgânicos para fazer compostos e utilizar na agricultura, evitando o uso de fertilizantes químicos. Howard percebeu a melhor qualidade do solo e das plantas nele cultivadas e que os animais dos camponeses não adoeciam, enquanto os da estação experimental, apesar dos vários métodos sanitários empregados, eram mais suscetíveis as enfermidades.
Em 1940, Howard publicou o clássico da Agricultura Orgânica, “Um Testamento Agrícola”. Na Inglaterra, Lady E. Balfour publicou “The Living Soil” (1943) e fundou a Soil Association, fatos que ajudaram a divulgar as idéias de Howard. Jerome Irving Rodale popularizou as idéias de Howard nos EUA. No ano de 1979, a Agricultura Orgânica foi regulamentada nos estados de Oregan, Maine e Califórnia e a partir daí os alimentos orgânicos puderam ser rotulados como tal.
Em 1984 a AO foi reconhecida pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. O Brasil assumiu esse termo como genérico, assim como a Inglaterra e os EUA.
Fonte: Agan.
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