Extravirgem brasileiro
Recomendado pelos benefícios que traz à saúde, o consumo do azeite
extravirgem vem aumentando no Brasil, embora os custos de importação restrinjam
a sua utilização.
A produção nacional ainda é incipiente.
Por isso, não deixa de ser surpreendente a conclusão a chegaram os
pesquisadores Cristiano Augusto Ballus e Helena Teixeira Godoy, da Unicamp
(Universidade Estadual de Campinas - SP).
Segundo os pesquisadores, o azeite de oliva extravirgem brasileiro apresenta
características similares aos produtos importados.
Foram analisadas 45 amostras de azeites encontrados em supermercados,
importados principal de Portugal, Espanha, Itália e Grécia.
Os produtos nacionais foram obtidos de plantações nos estados do Rio Grande
do Sul, Santa Catarina e Minas Gerais - o interesse pela produção de azeites de
oliva nacionais está-se dando por iniciativa de institutos de pesquisa como a
Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), a Empresa de Pesquisa
e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) e a Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa-RS).
Dezessete amostras de azeites de oliva produzidos em Minas Gerais
apresentaram teores de compostos fenólicos muito similares aos encontrados em
azeites de oliva dos países da Europa e da Argentina, também uma grande
produtora de azeite de oliva.
Outras 20 amostras, recolhidas nos três estados, mostraram-se muito similares
aos azeites europeus, pelo menos em relação aos compostos fenólicos.
Azeite extravirgem
O azeite de oliva extravirgem é obtido da azeitona somente através de meios
mecânicos, sem nenhum outro tratamento. O fruto é colhido na época devida e, no
menor tempo possível, lavado e prensado, seguindo-se os processos de filtração,
decantação ou centrifugação.
Este processamento garante que mesmo os componentes minoritários, entre eles
os fenólicos, permaneçam no produto final, diferentemente de outros óleos
vegetais que, quando submetidos ao refino químico, perdem várias das substâncias
benéficas à saúde.
O azeite de oliva extravirgem é altamente recomendado por seus benefícios à
saúde humana, relacionados sobretudo à conhecida dieta mediterrânea, na qual se
atribui ao produto importante papel na prevenção de doenças como as coronarianas
e alguns tipos de câncer.
Entre os principais responsáveis por estes efeitos destacam-se o elevado teor
de ácido oleico, que diminui o colesterol "ruim", e a presença de compostos
fenólicos, que agem como sequestradores de radicais livres.
A fração lipídica dos azeites de oliva, constituída por ácidos graxos,
corresponde a 98% de sua composição química. Nos 2% restantes assumem particular
importância principalmente duas classes de compostos antioxidantes: os fenólicos
e os tocoferóis.
Entre outros parâmetros, a legislação determina que, para ser considerado
extravirgem o azeite de oliva deva conter entre 55% e 83% de ácido oleico entre
os ácidos graxos e apresentar acidez abaixo dos 0,8%, características
responsáveis pela sua maior resistência à degradação durante o tempo de
prateleira e no uso em condições mais drásticas, como é o caso de frituras.
0 comentários:
Postar um comentário