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BACTÉRIAS PRESENTES NO INTESTINO ALTERAM FUNÇÕES INTESTINAIS.

quinta-feira, 30 de maio de 2013
Pesquisa mostrou que as mulheres que consumiam as bactérias benéficas contidas no iogurte tinham suas funções cerebrais alteradas
Pesquisa mostrou que as mulheres que consumiam as bactérias benéficas contidas no iogurte tinham suas funções cerebrais alteradas
Pesquisadores da Universidade da Califórnia em Los Angeles, nos EUA, encontraram a primeira evidência de que as bactérias ingeridas nos alimentos podem afetar a função cerebral em seres humanos.
O estudo, feito com voluntárias saudáveis, mostrou que as mulheres que consumiam as bactérias benéficas contidas no iogurte tinham suas funções cerebrais alteradas, tanto em estado de repouso quanto em resposta a uma tarefa de reconhecimento de emoções.
A descoberta de que a mudança do ambiente das bactérias, a chamada microbiota, no intestino pode afetar o cérebro traz implicações significativas para pesquisas futuras que pode levar a intervenções dietéticas ou drogas capazes de melhorar o funcionamento do cérebro.

"Muitos de nós temos um iogurte na geladeira que podemos comer por prazer, para obter cálcio ou porque achamos que pode ajudar a nossa saúde de outras formas. Nossas descobertas indicam que o conteúdo do iogurte pode realmente mudar a forma como o nosso cérebro responde ao meio ambiente. Quando consideramos as implicações deste trabalho, os velhos ditados "você é o que você come" e "sentimentos viscerais" podem assumir novos significados", observa a principal autora da pesquisa Kirsten Tillisch.
Estudos anteriores mostraram que o cérebro envia sinais para o intestino e é por isso que o estresse e outras emoções podem contribuir para os sintomas gastrointestinais. Agora, este trabalho mostra algo de que se suspeitava, mas até agora tinha sido provado apenas em estudos com animais: que os sinais viajam também no sentido oposto.
"De tempos em tempos, sabemos de pacientes que nunca sentiram deprimidos ou ansiosos, até que começaram a ter problemas com seu intestino. Nosso estudo mostra que a conexão intestino-cérebro é uma via de mão dupla", observa Tillisch.
A equipe reuniu 36 mulheres com idades entre 18 e 55 anos. Os pesquisadores dividiram as mulheres em três grupos: um grupo comeu um iogurte específico contendo uma mistura de vários probióticos duas vezes por dia, durante quatro semanas; outro grupo consumiu um produto lácteo que imitava o iogurte, mas não continha probióticos, e um terceiro grupo não tomou nenhum dos dois produtos.
Exames de ressonância magnética realizados antes e após o período de quatro semanas mostraram que as mulheres que consumiram probióticos tiveram uma conectividade maior entre uma região conhecida como substância cinzenta periaquedutal e áreas de cognição associadas ao córtex pré-frontal em repouso.
Mulheres que não tomaram nenhum tipo de produto, por outro lado, mostraram maior conectividade nessa área para a emoção e em outras regiões ligadas a sensações.
Os pesquisadores ficaram surpresos ao descobrir que os efeitos cerebrais podem ser vistos em muitas áreas, incluindo aquelas envolvidas no processamento sensorial e não apenas aquelas associados com emoção.
"O conhecimento de que os sinais são enviados a partir do intestino para o cérebro e que eles podem ser modulados por alterações na dieta é susceptível de conduzir a uma expansão da pesquisa destinada a encontrar novas estratégias para prevenir ou tratar desordens digestivas, mentais e neurológicas", afirma o autor sênior Emeran Mayer.
A equipe acredita que quando a complexidade da flora intestinal e seus efeitos sobre o cérebro puderem ser melhor compreendidos, os investigadores podem encontrar maneiras de manipular os conteúdos intestinais para o tratamento de condições de dor crônica ou outras doenças relacionadas com o cérebro, incluindo, potencialmente, doença de Parkinson, Alzheimer e autismo.
Fonte: I Saúde, Bactérias presentes no intestino alteram funções cerebrais. Estudo é primeiro a mostrar que probióticos ingeridos induzem intestino a enviar sinais ao cérebro para melhorar função cognitiva. Acesso em 30/05/2013.
 
 

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