Há 20 anos, quem fosse ao mercado em busca do melhor alimento para a dieta,
para o lanche do filho e para evitar o agravamento de uma doença não teria a
mínima ideia de quais produtos seriam os mais adequados. As informações
nutricionais que hoje estão expostas nos rótulos das embalagens de comidas e
bebidas apareceram em 1993, após o FDA (Federal Drug Administration), agência
norte-americana que regula a área, torná-las obrigatórias.
Dez anos mais tarde, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou que as informações básicas deveriam constar nos rótulos de produtos alimentícios vendidos no Brasil, estendendo, tempo depois, a exigência para chás, bebidas alcóolicas e água mineral. Foi nesta época que a obrigação de se estampar o prazo de validade também se fortaleceu.
“A rotulagem foi um grande benefício, que surgiu por causa do aumento do número de doenças ligadas ao grande consumo de produtos industrializados e de redes de fast-food, como diabetes, problemas cardíacos e obesidade. E gerou grande interesse do público em saber mais sobre o que ele está consumindo”, diz a coordenadora do Serviço de Nutrição do Hospital Nossa Senhora das Graças, Rosangela Teodorovicz.
Com a informação em mãos, foi possível aprimorar o trabalho dos nutricionistas, como lembra a professora do curso de Nutrição da UniBrasil Cynthia Passoni. Com dados sobre o que o paciente estava consumindo, conseguiu-se aperfeiçoar a prescrição de dietas e entender melhor o que o brasileiro estava comendo. “Até mesmo as empresas passaram a se beneficiar, usando a tabela para fazer propaganda das propriedades nutricionais de um alimento”, comenta a professora.
Melhorias
Dez anos mais tarde, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou que as informações básicas deveriam constar nos rótulos de produtos alimentícios vendidos no Brasil, estendendo, tempo depois, a exigência para chás, bebidas alcóolicas e água mineral. Foi nesta época que a obrigação de se estampar o prazo de validade também se fortaleceu.
“A rotulagem foi um grande benefício, que surgiu por causa do aumento do número de doenças ligadas ao grande consumo de produtos industrializados e de redes de fast-food, como diabetes, problemas cardíacos e obesidade. E gerou grande interesse do público em saber mais sobre o que ele está consumindo”, diz a coordenadora do Serviço de Nutrição do Hospital Nossa Senhora das Graças, Rosangela Teodorovicz.
Com a informação em mãos, foi possível aprimorar o trabalho dos nutricionistas, como lembra a professora do curso de Nutrição da UniBrasil Cynthia Passoni. Com dados sobre o que o paciente estava consumindo, conseguiu-se aperfeiçoar a prescrição de dietas e entender melhor o que o brasileiro estava comendo. “Até mesmo as empresas passaram a se beneficiar, usando a tabela para fazer propaganda das propriedades nutricionais de um alimento”, comenta a professora.
Melhorias
De acordo com os especialistas, a maioria dos produtos segue a legislação,
mas ainda não há educação nutricional suficiente para que as pessoas entendam o
que está escrito ali, e de que forma a composição interfere na segurança
alimentar. “Faltam campanhas para explicar a diferença entre light e diet, por
exemplo. E nem sempre o consumo diário real da pessoa é levado em consideração
na hora de fazer o cálculo das porcentagens de nutrientes”, diz a professora do
curso de Nutrição da Universidade Positivo Telma Souza e Silva Gebara.
Com base nas informações presentes na tabela, as profissionais elencaram alguns critérios que precisam ser analisados na hora de se comprar um produto. Confira também as principais melhorias que são exigidas pelos nutrionistas para aprimorar a comunicação dos rótulos:
Com base nas informações presentes na tabela, as profissionais elencaram alguns critérios que precisam ser analisados na hora de se comprar um produto. Confira também as principais melhorias que são exigidas pelos nutrionistas para aprimorar a comunicação dos rótulos:
Colesterol
Muitos óleos vegetais apregoam ser livres de colesterol, e cobram um valor a
mais por esse suposto diferencial. Porém, todo e qualquer óleo vegetal é livre
de colesterol, o que não justifica a propaganda com um viés de exclusividade nem
o aumento no preço. O mesmo vale para iogurtes e leite que dizem ser “ricos em
cálcio”, pois todos os lácteos contém cálcio.
Diet
Se um alimento é diet, significa que há a isenção de algum nutriente que está
presente na receita original. Nem sempre esse nutriente é o carboidrato
(açúcar), como muitos imaginam. Pode ser que a isenção seja de sódio (sal) ou
gordura. Há casos em que um consumidor diabético opta por um chocolate diet sem
açúcar, mas esses produtos em geral possuem mais sódio ou gordura. Se a diabete
estiver associada a uma pressão alta ou obesidade, o risco para a saúde é
grande.
Light
Os produtos light são aqueles que reduzem a quantidade de um nutriente em
relação ao original – por exemplo, um produto que contenha 25% menos açúcar ou
sódio. É preciso cuidado também nestes casos, pois um requeijão, por exemplo,
pode conter menos gordura, mas compensar com mais carboidrato para não perder o
aspecto cremoso, o que é um risco camuflado para diabéticos.
O que precisa mudar
O que precisa mudar
Letras miúdas
Os idosos são os que mais se preocupam em ler os rótulos dos alimentos. Uma
vez que a idade avançada costuma ser acompanhada de problemas de saúde, como
pressão alta e diabete, o cuidado com a alimentação aumenta. Porém, as letras
miúdas aliadas a problemas de baixa visão impedem que os mais velhos exerçam o
direito à informação nutricional.
Falta de padronização
Termos como ‘quantidade de calorias’ e ‘valor energético’ significam a mesma
coisa, mas ainda há quem não tenha esse conhecimento, o que exige que os termos
técnicos sejam padronizados para evitar confusões.
Tamanho
A legislação isenta embalagens menores de 10cm² de trazer as informações
nutricionais no rótulo, desde que o pacote maior no qual foram embaladas traga
esses dados. O ideal seria que essas informações ficassem em um local visível ou
à disposição do consumidor para checagem, o que hoje não acontece.
Porções
Os nutricionistas também exigem que a quantidade dos nutrientes seja
calculada em gramas – 100g, por exemplo – e não por meio de parâmetros variáveis
como uma colher de chá, de sopa, uma xícara ou uma unidade.
O que não pode faltar
O que não pode faltar
Confira as informações básicas que devem constar em qualquer rótulo –
seja de bebidas ou alimentos:
• Proteínas
• Carboidratos
• Gorduras Totais
• Gorduras Saturadas
• Gordura Trans
• Fibra Alimentar
• Sódio
Deve ficar clara a quantidade de cada nutriente em gramas e a quanto, em porcentagem, corresponde esta quantidade numa refeição diária de, por exemplo, 2 mil kcal.
Deve ficar clara a quantidade de cada nutriente em gramas e a quanto, em porcentagem, corresponde esta quantidade numa refeição diária de, por exemplo, 2 mil kcal.
Fontes: Cynthia Passoni (UniBrasil); Rosangela Teodorovicz (Hospital Nossa
Senhora das Graças) e Telma Souza e Silva Gebara (Universidade Positivo);
Anvisa.
Fonte: Gazeta do Povo, Tabela nutricional chega aos 20 anos precisando evoluir. Obrigatoriedade de informações no rótulo surgiu nos EUA, e 10 anos depois foi introduzida no Brasil. Nutricionistas, no entanto, cobram melhorias. Acesso em 24/02/2013.
Fonte: Gazeta do Povo, Tabela nutricional chega aos 20 anos precisando evoluir. Obrigatoriedade de informações no rótulo surgiu nos EUA, e 10 anos depois foi introduzida no Brasil. Nutricionistas, no entanto, cobram melhorias. Acesso em 24/02/2013.
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