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ESTUDO LIGA OBESIDADE A MEMÓRIA RUIM.

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016 0 comentários
Image copyrightThinkstock

Um pequeno estudo realizado na Grã-Bretanha sugeriu que pessoas obesas podem ter memória pior do que as magras.

Pesquisadores da Universidade de Cambridge realizaram testes em 50 pessoas e identificaram relação entre sobrepeso e pior "memória episódica", a habilidade de lembrar experiências passadas.

O estudo foi publicado na revista especializada Quartely Journal of Experimental Psychology. O trabalho afirma que uma memória menos intensa de refeições recentes pode levar a pessoa a comer em excesso.

No entanto, outros aspectos da memória, como conhecimento geral, não foram afetados.

Experiências anteriores em ratos já mostraram que excesso de peso afeta o desempenho em testes de memória, mas estudos em humanos eram inconclusivos até o momento.

As experiências em Cambridge analisaram a memória episódica, a que leva a pessoa a lembrar do cheiro de uma xícara de café ou do tato no momento em que segura a mão de outra pessoa.
Metodologia

Para a experiência, os cientistas recrutaram 50 pessoas com Índice de Massa Corporal (IMC) variando de 18 (considerado saudável) a 51 (muito obeso).

Nos testes, participantes ficavam em frente à tela de um computador e tinham que "esconder" objetos em momentos diferentes e em cenas distintas que apareciam na tela.

Depois eles tinham que lembrar o que haviam escondido, quando e onde.

O índice de acerto entre pessoas obesas foi 15% mais baixo do que entre as magras.

"O que estamos sugerindo é que um IMC mais alto reduz de alguma forma a vivacidade da memória, mas eles (os obesos) não estão tendo brancos ou amnésia", disse à BBC Lucy Cheke, da Universidade de Cambridge.Image copyrightThinkstockImage caption. Segundo pesquisadores, obesos podem não ter uma 
memória tão vívida das refeições passadas.

"Mas se eles têm uma memória mais fraca de uma refeição recente, com um impacto menor em suas mentes, então eles podem ter uma habilidade menor de regular o quanto vão comer depois."

Fome e memória
Os hormônios ligados à fome têm um papel muito importante na quantidade de comida que consumimos, mas cientistas já reconhecem que a memória também tem sua importância no processo.

Pesquisas já indicaram, por exemplo, que pessoas que assistem televisão enquanto se alimentam comem mais ou sentem fome mais rápido depois de comer.

E que pessoas que sofrem de amnésia acabam fazendo várias refeições em um período curto de tempo.

"Ainda é muito cedo para falar em conselhos (para a população), mas certamente estamos começando a observar os mecanismos que a obesidade usa para se perpetuar", disse Cheke.

"Concentrar-se no que você está comendo já é uma mensagem (para as pessoas) há muito tempo, mas pode ser um pouco mais difícil se você está acima do peso. Esperamos que, sabendo o que está acontecendo, possamos desenvolver formas de ajudar as pessoas", concluiu a pesquisadora.

Fonte: BBC.

NOSSA ALIMENTAÇÃO AFETA NOSSOS GENES.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016 0 comentários
Alimentação e genes
Que a atividade dos nossos genes influencia o nosso metabolismo é algo que se sabe há tempos.

A novidade é que o oposto também é verdadeiro, e os nutrientes disponíveis para as células influenciam nossos genes.

Mais do que isso, quase todos os nossos genes podem ser influenciados pela comida que ingerimos.

"O metabolismo celular desempenha um papel muito mais dinâmico nas células do que pensávamos até agora. Quase todos os genes de uma célula são influenciados por mudanças nos nutrientes a que têm acesso. Na verdade, em muitos casos, os efeitos são tão fortes que mudar o perfil metabólico da célula pode fazer alguns de seus genes se comportarem de uma maneira completamente diferente," explica o professor Markus Ralser, da Universidade de Cambridge (Reino Unido).

Os resultados foram publicados na revista Nature Microbiology.

Metabolismo e genes
O comportamento das nossas células é determinado por uma combinação da atividade dos seus genes e das reações químicas necessárias para manter as células, o conhecido metabolismo. O metabolismo funciona em duas direções: a quebra de moléculas para fornecer energia para o corpo e a produção de todos os compostos necessários para as células.

Conhecer o genoma - o projeto fundamental do DNA de um organismo - pode fornecer uma quantidade substancial de informações sobre como se comportará um organismo em particular. No entanto, isto não dá a imagem completa: os genes podem ser regulados por outros genes ou regiões de DNA, ou através de modificadores epigenéticos - pequenas moléculas ligadas ao DNA que agem como interruptores para ligar e desligar os genes.

Estudos anteriores sugeriram que pode existir um outro controlador nessa complicada regulação dos genes: a rede metabólica - as reações bioquímicas que ocorrem dentro de um organismo. Essas reações dependem principalmente dos nutrientes à disposição da célula - os açúcares, aminoácidos, ácidos graxos e vitaminas derivados dos alimentos que comemos.


90% dos genes alterados pela alimentação
Os pesquisadores manipularam os níveis dos metabólitos essenciais, os produtos das reações metabólicas, nas células de levedura, normalmente usada como modelo nesses estudos, e analisaram como isto afetava o comportamento dos genes e as moléculas que o organismo produzia.

Quase nove em cada dez genes e seus produtos foram afetados por mudanças no metabolismo celular.

"A visão clássica é que os genes controlam como os nutrientes são quebrados em moléculas importantes, mas nós mostramos que o oposto também é verdadeiro: a forma como os nutrientes são quebrados afeta o modo como os nossos genes se comportam," disse Ralser.

Genética e medicamentos
A equipe acredita que as descobertas podem ter implicações de grande alcance, inclusive sobre como nosso corpo responde a determinados medicamentos.

Nos cânceres, por exemplo, as células tumorais desenvolvem múltiplas mutações genéticas, que modificam a rede metabólica no interior das células. Isto, por sua vez, pode afetar o comportamento dos genes e pode explicar porque alguns medicamentos não funcionam para alguns indivíduos.

"Outro aspecto importante das nossas descobertas é uma questão prática para os cientistas," explica diz o Dr. Ralser. "Experimentos biológicos são frequentemente não-reprodutíveis entre os laboratórios, e nós muitas vezes culpamos o desleixo dos pesquisadores por isso.

"Parece, no entanto, que pequenas diferenças metabólicas podem alterar os resultados dos experimentos. Precisamos estabelecer novos procedimentos laboratoriais que controlem melhor as diferenças no metabolismo. Isto nos ajudará a projetar experimentos melhores e mais confiáveis," concluiu Ralser.

COMO PODEMOS CONTROLAR A FOME?

sábado, 20 de fevereiro de 2016 0 comentários
Quando não nos sentimos satisfeitos, o cérebro continua incentivando a busca por alimentos. THINKSTOCK
A fome é a maneira de nosso corpo nos levar a buscar comida para sobreviver. É um instinto animal poderoso que pode motivar condutas extremas.

É resultado da leitura que o cérebro faz de mudanças nos níveis de hormônios e nutrientes no sangue.

Nossa reação a esse sentimento pode nos levar a ingerir alimentos pouco recomendáveis ou em excesso.

Mas, ao entender nossa fome, é possível controlá-la melhor?

Por que não me sinto satisfeito?
O sistema digestivo humano envolve uma interação complexa entre órgãos.

A maneira como nos sentimos é influenciada pelo que comemos.

Se não nos sentimos cheios, nossos cérebros continuarão desejando que busquemos alimentos.

Diferentes tipos de comida afetam o cérebro de várias maneiras. As gorduras, por exemplo, enganam o cérebro indicando a ingestão de menos calorias, o que nos leva a comer mais.

Isso ocorre porque tais alimentos, como manteiga ou frituras, estão densamente carregados de energia.

As fibras, por outro lado, provocam a liberação de hormônios intestinais que promovem sensação de saciedade.

Uma dieta com poucas fibras, com pouco ou nenhum alimento integral ou frutas e vegetais, pode fazer com que fiquemos sempre com fome.

Alimentos com baixo índice glicêmico (IG), como nozes, vegetais e grãos, liberam energia mais lentamente do que aqueles com IG alto, como pão branco e açúcar.

Por isso, ingerir alimentos de baixo IG controla o apetite, ao aumentar os níveis de hormônios intestinais que nos fazem sentir saciedade.

É culpa do meu organismo?
Os hormônios, moléculas que regulam processos biológicos e atuam como sinais químicos entre os órgãos, podem ter efeito poderoso nas dietas.

Dois hormônios, o hormônio peptídico intestinal (PYY) e o peptídeo semelhante ao glucagon 1 (GLP-1), enviam mensagens desde o intestino ao cérebro para avisar quando estamos satisfeitos.

Seus níveis aumentam após as refeições, mas existem pessoas com baixas quantidades desses hormônios. Nesse caso, é preciso ter mais cautela ao comer, pois há menor chance de sentir saciedade após a ingestão de uma porção normal de comida.

Outros hormônios influenciam a fome. A leptina e a grelina, por exemplo, marcam a diferença entre fome e satisfação.

A leptina é liberada por células que formam o tecido adiposo do corpo, que todos temos, e controlam o apetite. A grelina faz o estômago roncar, para nos lembrar que é preciso comer.

Obesos costumam desenvolver resistência aos efeitos da leptina, pois o organismo dessas pessoas acaba se acostumando a altos níveis desse hormônio, o que diminui seu efeito.

Quando uma pessoa com sobrepeso faz dieta, a redução de leptina que acompanha qualquer queda de reservas de gordura pode provocar a sensação de estar "morrendo de fome".

Comida como consolo?
Outro hormônio que afeta o apetite é a serotonina, que faz nos sentirmos felizes após comer. Alimentos doces produzem rápido aumento de energia, o que pode melhor temporariamente o ânimo.

A comida é como uma droga: as mesmas áreas do cérebro que se ativam na alimentação funcionam com o vício em drogas.

Alimentos podem estar estritamente vinculados a situações sociais, como jantar com amigos, daí pode ser difícil comer menos pelos possíveis impactos na vida social.

O chamado apetite emocional pode ser uma resposta ao estresse. O hormônio cortisona causa desejo por comida altamente energética. Os hormônios do estresse fomentam também a formação de células adiposas, que dão mais espaço ao corpo para armazenar gordura.

Há pessoas que comem demais quando estão estressadas ou deprimidas, enquanto outros o fazem quando se sentem felizes.

Mas há grandes diferenças individuais, e até as estações do ano influenciam: a maior parte das pessoas come mais no inverno.
Bons e maus hábitos
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Tentações da alimentação: qual lado da árvore escolher?

A fome é causada por vários fatores, resultado de interações entre o cérebro e o sistema digestivo.

Mas há como controlá-la.

O contexto em que se come é importante e cria hábitos. Comer em horários regulares pode ajudar a reduzir os sentimentos irresistíveis de fome.

Dietas rápidas não nos fazem sentir menos famintos, mas trocar costumes, sim. Pequenas e duradouras mudanças na dieta e exercícios, por exemplo. Fazer listas de compras e manter a disciplina, sem ir ao mercado em momentos de estresse.

Porções reduzidas em pratos menores também podem a ajudar a comer menos sem sentir fome logo.

No entanto, largar maus hábitos pode ser difícil psicologicamente.

Há comidas ou bebidas que ajudam a reduzir a fome?
Há várias coisas que teriam a capacidade de ajudar a reduzir o apetite. Eis alguns exemplos.
Chá verde
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Em 2011, um estudo mostrou que o extrato de chá verde reduzia o aumento de peso em ratos obesos. O extrato diminuiu a capacidade de absorção de gordura dos ratos, mas não o apetite dos roedores.

Medicamentos
Em geral, são prescritas apenas a pessoas com problemas de obesidade. Existem remédios para ajudar a reduzir o apetite ou impulsionar a perda de peso. Mas pode haver efeitos colaterais desagradáveis.

AmêndoasImage copyrightTHINKSTOCK

Amêndoas contêm muitas fibras, bem como vitaminas e minerais. Um lanche formado por uma porção de amêndoas pode conter a fome por cerca de 30 minutos.

Fonte: BBC.

É SEGURO REQUENTAR A COMIDA?

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016 0 comentários
Requentar comida parece um jeito ótimo de evitar o desperdício e economizar. Mas quando esse simples ato pode ser perigoso? O médico e apresentador da BBC Michael Mosley foi atrás da resposta.

Depois de uma boa refeição, a gente costuma se deparar com sobras da comida, e seria uma pena jogá-las fora. Alguns desses alimentos, por incrível que pareça, podem até ser mais saudáveis após requentados.

No entanto, ninguém quer correr o risco de passar por uma intoxicação alimentar. Se você já enfrentou uma, sabe do que estou falando: são comuns sintomas desagradáveis como vômito, diarreia e cólicas estomacais.

Cerca de 1 milhão de pessoas sofrem com intoxicação alimentar todos os anos no Reino Unido. Em metade dos casos, o alimento que causou o problema foi preparado por elas mesmas – churrascos no verão e comidas requentadas do Natal são as principais culpadas. Cerca de 100 pessoas morrem anualmente por intoxicação alimentar no país – geralmente muito novas ou muito idosas.

Mas então, qual é a regra? Como e quando é seguro requentar sua comida?

Perigo no frango
A intoxicação é geralmente causada por uma bactéria que contamina sua comida. A maior culpada é uma chamada Campylobacter (ou bactéria retorcida). De acordo com a agência de segurança alimentar (Food Standars Agency), ela está presente em mais de 65% dos frangos à venda no Reino Unido.

Essa bactéria pode sobreviver algumas horas em superfícies da cozinha e se espalha facilmente. É por isso que não é uma boa ideia lavar o frango antes de cozinhá-lo: o melhor é colocá-lo direto no forno após temperá-lo – e lavar bem as mãos depois disso.

A chave para matar bactérias é usar o calor. Por isso, cozinhar totalmente o frango (sem deixar partes cruas) é fundamental.

Espere esfriar
Agora falando em casos gerais: o que fazer quando sobrou um pouco da sua deliciosa refeição?

Primeiro de tudo, você precisa esperar ela esfriar antes de colocá-la na geladeira.

Colocar comida quente no refrigerador faz com que sua temperatura interna aumente, criando assim uma incubadora perfeita para bactérias e afins.

Já fiz testes e a temperatura da minha geladeira chegou a aumentar em mais de 5 graus.

Então, cubra o recipiente da comida, espere que ela chegue em temperatura ambiente (mas não deixe mais de quatro horas sem refrigeração) e só então coloque na geladeira.

Quantas vezes posso requentar a mesma comida?

A agência britânica recomenda que se requente uma refeição apenas uma vez. Porém, a verdade é que é seguro fazer isso várias vezes, desde que a comida tenha sido colocada no refrigerador conforme explicado acima.

Mas tenha em mente que o sabor do prato não vai melhorar a cada reaquecimento.

Outro segredo é requentar totalmente sua comida. Nós costumamos fazer isso no micro-ondas, o que pode ser um problema.

Isso porque ele esquenta a comida de maneira desigual, deixando áreas frias, onde as bactérias podem prosperar.

Assim é importante que, ao usar o micro-ondas, você retire o alimento no meio do processo, dê uma boa mexida e depois coloque para esquentar novamente.

Arroz indefeso?
No caso do arroz, a coisa pode ser mais complexa. Isso porque ele pode ser contaminado por uma bactéria chamada Bacillus cereus.

A bactéria em si é morta com o calor, mas alguns esporos produzidos por ela não são apenas tóxicos, como também extremamente resistentes a altas temperaturas.

E isso pode causar o que conhecemos como "síndrome do arroz frito", batizada com esse nome porque antigamente era comum as pessoas ficarem doentes depois de comerem em bufês de comida chinesa, onde o prato era deixado em temperatura ambiente por várias horas.

Atualmente, os padrões de higiene nesses restaurantes melhoraram bastante.

Apesar desse temor, é seguro requentar o arroz. Eu mesmo costumo usar sobras de arroz do dia anterior para fazer um "stir fry" (método que envolve fritura rápida em fogo alto em um panelão tipo wok).

Mas não deixe o arroz fora da geladeira durante a noite. Assim como a carne, é preciso deixá-lo refrigerado o quanto antes – sempre deixando esfriar antes de colocá-lo na geladeira

A NECESSIDADE DE PROTEÍNAS.

sábado, 13 de fevereiro de 2016 0 comentários
Vegetarianos tem deficiência de proteínas?
Deficiência de proteína não é comum em vegetarianos. Aliás, é raríssimo!!

Eu nunca atendi um único vegetariano no consultório com esse problema, e os artigos científicos que avaliam a nutrição protéica dessas populações também não demonstra esse problema.

Infelizmente muitos profissionais apavoram, desnecessariamente, o vegetariano com esse tema.

A proteína é importante sim, mas isso não quer dizer que ela esteja sendo negligenciada quando retiramos a carne do cardápio e também os ovos e laticínios.

A deficiência de proteínas
As conseqüências da deficiência de proteínas são diversas, podendo acarretar deficiência de crescimento nas crianças, alterações imunológicas e em diversos órgãos corporais, retenção de líquidos, alterações em cabelo, pele...
Se você tem algum desses problemas, não se apavore inicialmente com a proteína, pois há inúmeros outros problemas que podem desencadear essas alterações. Na investigação diagnóstica o seu médico deve avaliar, também, a proteína no seu organismo.

Por que existe terrorismo com relação à necessidade de proteína de origem animal no cardápio?
Se você é vegetariano, com certeza já passou, e ainda passa, pela situação de ser questionado repetidamente sobre as proteínas da sua dieta.

As pesquisas científicas iniciais que deram origem aos conhecimentos sobre esse assunto foram baseadas em estudos com animais. Isso trouxe uma série de erros ao transpor esse conhecimento para a aplicação em seres humanos.

Felizmente as pesquisas mais recentes já mostram claramente as diferenças que ocorrem em seres humanos com relação aos animais, mas infelizmente a atualização desses conceitos por alguns profissionais ainda está defasado. 

Aminoácidos e proteínas
Falar de proteínas não é simples, pois os conceitos básicos são amplos e necessitam explicações bastante detalhadas para serem completamente entendidas. Vamos ao que é importante no momento.

As proteínas são compostas por aminoácidos. Podemos comparar a proteína com um muro, e os aminoácidos com os seus tijolos. 

Alguns aminoácidos podem ser produzidos pelo nosso próprio organismo, sendo chamados de “dispensáveis” ou não essenciais. Outros nós precisamos ingerir, pois não temos a capacidade de produzi-los. São os aminoácidos que chamamos de essências, ou “indispensáveis”. 

A necessidade de consumo de proteínas animais
Não há necessidade de ingerir proteínas de origem animal em qualquer fase da vida humana.

Não existe nem um único aminoácido essencial que esteja ausente nas proteínas vegetais.

Muitos profissionais de saúde ainda utilizam o termo “valor biológico” como referência de qualidade de proteínas. O valor biológico reflete a incorporação da proteína absorvida pelo organismo. Na dieta variada, como é a de qualquer pessoa que não consuma um único alimento ao longo do dia, esse critério de avaliação não tem sentido.

Desde 1991 a Organização Mundial de Saúde e a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) recomendaram que não se utilizasse mais o valor biológico como forma de análise da qualidade nutricional das proteínas, já que o método é muito falho para seres humanos. Tal medida foi substituída pelo PDCAA, um outro método de dosagem, que reflete com mais exatidão a necessidade humana. 

Com este novo método, ficou claro o erro cometido no passado, quando se afirmava que a carne é necessária ao organismo humano como provedora de proteínas. O mesmo é válido para os ovos e laticínios.

Os estudos de revisão da literatura científica demonstram que não há diferença alguma na incorporação das proteínas provenientes de alimentos vegetais ou animais no organismo humano.

Portanto, quando você escutar alguém insistindo que você deve comer alimentos de origem animal devido ao seu alto valor biológico, saiba que isso não é necessário.

O consumo de proteínas de origem animal e vegetal no mundo
O consumo de proteínas vegetais corresponde a 65% do total de proteínas ingeridas pelas pessoas no mundo todo. Nos Estados Unidos esse consumo corresponde a apenas 32%, demonstrando que essa população está reduzindo a ingestão de alimentos de origem vegetal e aumentando a de origem animal. As conseqüências para a saúde, desse padrão alimentar americano, são nítidas.

Por que é muito difícil um vegetariano apresentar deficiência de proteínas?
A análise de diversos estudos mostra que os veganos não apresentam risco aumentado de deficiência de proteínas. A necessidade protéica é a mesma para vegetarianos e não-vegetarianos adultos, desde que a pessoa não tenha uma alimentação baseada num único grupo alimentar. Logo à frente vou explicar isso.

Outro ponto importante é com relação ao fornecimento de energia através dos nutrientes. Quem fornece energia (calorias) através da alimentação são os carboidratos, as gorduras e as proteínas. Apesar do álcool também fornecer energia, vamos deixá-lo de fora.

Pois bem, quando você atinge a quantidade de calorias que necessita, digamos 2.000 calorias (um valor fictício, pois cada pessoa em diferentes situações tem necessidades diferentes),é necessário saber de onde provêm essas calorias. Se, por exemplo, a metade disso veio da ingestão de gorduras, muito provavelmente a dieta está bastante desequilibrada. Assim, é estabelecida uma porcentagem para que esses compostos (carboidratos, proteínas e gorduras) estejam dispostos na dieta.

A recomendação mais aceita atualmente, estabelece que a proteína forneça cerca de 10 a 15% das calorias da dieta. Assim, numa dieta com 2.000 calorias, 200 a 300 calorias devem ser provenientes da proteína, e as calorias restantes de carboidratos e gorduras (também com proporções recomendadas estabelecidas).

Através de um cálculo simples, podemos entender por que é quase impossível ocorrer falta de proteínas na dieta vegetariana.

Basta que tenhamos em mente o conceito básico de que do total de calorias ingeridas na dieta, 10% pelo menos, seja proveniente de proteínas.

Assim, podemos fazer um cálculo simples com relação à quantidade de proteínas que está presente nos diversos grupos alimentares. Esses cálculos são apresentados no meu livro “Alimentação sem Carne – guia prático” com mais detalhes.

Entenda os números abaixo da seguinte forma: se você ingerir apenas o grupo de alimentos discriminado, você estará atingindo a quantidade apontada de proteína, em valor percentual. Lembre-se de que o ideal, no balanço final do que você come em 24 horas, é manter isso entre 10 e 15%.

Grupo Alimentar
% de proteínas
Carne vermelha 57,68
Peixe 77,25
Frango 48,58
Frios 27,76
Ovos 32,35
Leite 24,67
Queijo 26,53
Cereais integrais em grão 13,32
Derivados dos cereais (flocos, massas...) 14,3
Cereais refinados 10,34
Leguminosas (feijões) 26,34
Derivados de soja 35,22
Oleaginosas 10,92
Sementes de oleaginosas 16,18
Legumes 22
Verduras 32,79
Amiláceos (batatas) 5,91
Frutas 6,86
Óleos 0
Açúcar 0

Dessa forma, se você ingerisse apenas cereais integrais e atingisse a necessidade de calorias que necessita por dia, a proteína teria alcançado 13,32% das suas calorias.

Assim, as únicas formas de ingerir menos proteína do que o necessário seria não ingerindo a quantidade de calorias necessárias por dia (processo que podemos chamar de inanição, e não vegetarianismo) ou fazendo com que a base da alimentação seja constituída de amiláceos, frutas, além de óleos e açúcar (esses dois últimos não contêm proteínas).

De forma geral, os estudos mostram que, no balanço total da alimentação os vegetarianos ingerem menos proteínas do que os não-vegetarianos, mas esses valores são adequados em termos de quantidade total de proteínas e de aminoácidos ingeridos . Os onívoros tendem a consumir mais proteína do que o necessário.

Geralmente, os vegetarianos consomem cerca de 13 a 14% do seu volume calórico como proteínas, enquanto que os onívoros ingerem cerca de 16 a 17%.

Com relação à obtenção de todos os aminoácidos, o ajuste também não traz problemas. De forma prática, havendo feijões (isso inclui ervilha, grão-de-bico e lentilha) no cardápio, o balanço fica muito adequado.

Os 8 mitos sobre as proteínas de origem vegetal
1o Mito:A proteínas vegetais são incompletas (carentes em aminoácidos)
Verdade:Alguns alimentos podem apresentar teores baixos de um ou mais aminoácidos específicos. A combinação de alimentos de grupos diferentes fornece todos os aminoácidos em ótimas quantidades
2o Mito:As proteínas provenientes de fontes vegetais não são “tão boas” quanto as provenientes de fontes animais
VerdadeA qualidade depende da fonte da proteína vegetal ou da sua combinação. As proteínas vegetais podem ser iguais ou melhores do que as proteínas animais
3o Mito:As proteínas de diferentes alimentos vegetais devem ser consumidas juntas na mesma refeição para atingir um alto valor nutricional.
VerdadeOs aminoácidos não precisam ser consumidos todos na mesma refeição. A maior importância está em consumi-los ao longo do dia.
4o Mito:Os métodos baseados em animais para determinar os valores de necessidade nutricionais de proteína são adequados para humanos.
VerdadeEsses métodos costumam subestimar a qualidade nutricional das proteínas, já que as necessidades de proteínas e a velocidade de utilização delas é muito diferente entre os animais e os seres humanos.
5o Mito:As proteínas vegetais não são bem digeridas
VerdadeA digestibilidade pode variar de acordo com a fonte e o preparo da proteína vegetal. A digestibilidade da proteína vegetal pode ser tão alta quanto a animal para alguns alimentos.
6o Mito:A proteína vegetal não é suficiente, sem a carne, ovo ou os derivados do leite, para oferecer as necessidades humanas de aminoácidos.
VerdadeA ingestão dos aminoácidos essenciais pode ser tranqüilamente atingida utilizando-se apenas as proteínas vegetais ou uma combinação delas com as animais (ovos, leite e queijo).
7o Mito:As proteínas vegetais contêm os seus aminoácidos desbalanceados e isso limita o seu valor nutricional.
VerdadeNão há nenhuma evidência de que esse balanço seja importante. O que importa é que todos os aminoácidos atinjam o seu valor de ingestão recomendado ao longo do dia. Pode ocorrer desbalanço por uma suplementação inadequada de aminoácidos, mas isso não costuma ser um problema prático comum.
8o Mito:Existem aminoácidos na carne que não podem ser encontrados em nenhum alimento do reino vegetal.
VerdadeTodos os aminoácidos essenciais são encontrados em abundância no reino vegetal.

Os exames de sangue
É possível mensurar, através de exames de sangue, além de dados de composição corporal, os marcadores de nutrição protéica.

Não há porque ter dúvidas numa avaliação nutrológica quanto à nutrição de proteínas, pois a avaliação clínica e laboratorial trazem dados precisos sobre o estado de nutrição desse composto.

Afirmar que o vegetariano vive às margens da deficiência protéica é um erro conceitual e sem evidências científicas.

É MAIS SAUDÁVEL SER VEGETARIANO?

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016 0 comentários
“Se alguém disparasse e matasse um vegetariano e um carnívoro (onívoro), o cadáver do primeiro levaria de duas a três vezes mais tempo do que o do segundo para se tornar asquerosamente um fedorento fruto de sua decomposição.” Esse era um dos descontextualizados argumentos que Sylvester Graham lançava, sem grande esforço, para colocar em evidência as teorias vegetarianas que começavam a fazer furor nos Estados Unidos no início do século XIX, razões que nem se sabe se chegaram a ser objeto de estudo em algum momento. Desde essa época muito foi descoberto, o vegetarianismo é uma das tendências alimentares em alta e, felizmente, como corrente denutrição ganhou pontos na solidez de sua argumentação. Mas, em que consistem as múltiplas formas de entender esse tipo de alimentação? É mais saudável ser vegetariano do que onívoro?

A consultoria de análises de mercado Euromonitor previu isso não faz muito tempo, quando publicou seu relatório das dez tendências de consumo alimentar. Nele, se destacavam o interesse geral em reduzir o uso de carnes e aumentar o dos produtos de origem vegetal. Duas previsões que se cumpriram amplamente.

Com a ciência à mão, podemos afirmar que, tal como defende a Associação Norte-Americana de Dietética num documento de posicionamento, “as dietas vegetarianas adequadamente planejadas, incluindo as dietas totalmente vegetarianas ou veganas, são saudáveis, nutricionalmente adequadas e podem proporcionar benefícios para a saúde na prevenção e no tratamento de certas doenças. As dietas vegetarianas bem planejadas são apropriadas para todas as etapas do ciclo vital, incluindo a gravidez, a lactação, a infância e a adolescência, assim como para os atletas”.

É importante destacar que, apesar de existirem certos nutrientes fundamentais que precisam ser objeto de especial atenção nas dietas vegetarianas – por exemplo, ácidos graxos ômega-3, ferro, zinco, iodo, cálcio, vitaminas D e B12 –, tão somente a última representa um autêntico desafio na hora de alcançar os níveis adequados. Para isso, além de um adequado planejamento, é preciso realizar um aporte extra dessa vitamina independentemente do estilo de vegetarianismo que se adote. Esse aporte pode ser feito com o uso de alimentos ricos nessa vitamina, o uso de suplementos de B12 (comprimidos) ou mediante uma injeção periódica.

Mesmo estando clara a questão da segurança (com atenção sempre para a carência da vitamina B12), a de sua eficácia não está tão nítida. Eu me refiro a uma eficácia baseada, por exemplo, na mortalidade, em saber se essa dieta reduz a mortalidade ou contribui para uma maior longevidade para esses usuários em comparação com os não vegetarianos. Nesse terreno não há um consenso claro: embora haja importantes e recentes estudos que de fato constatam uma menor mortalidade decorrente de doenças do coração e de câncer entre os vegetarianos, outros não encontram maiores diferenças entre ser vegetariano ou não no que se refere à mortalidade por essas mesmas causas ou outras. O pior nesse sentido seriam as afirmações categóricas, e defender com rigor qualquer das possibilidades, já que nos dias de hoje há argumentos tanto para um como para o outro.

Origens e lendas do vegetarianismo
Não existe uma origem específica sobre as práticas vegetarianas. Algumas culturas, muitas vezes influenciadas por preceitos religiosos, e com base neles, evoluíram de forma independente até alguma forma de vegetarianismo, cada uma com as próprias nuances e explicações particulares. No entanto, somente no primeiro quarto do século XIX esse tipo de opção alimentar começou a ser aceito pelo povo e a ser mais ou menos conhecido.

Ovo-lacto-vegetarianos, flexitarianos, peixetarianos, veganos, pollatarians, crudívoros, frutívoros...São muitas as linhas do vegetarianismo 

Os primeiros rebentos encontramos no mundo anglo-germânico, e eles acabaram influindo em alguns norte-americanos que já nessa época demonstraram uma estranha forma de estabelecer relações casuais. Sem ir mais longe, o já mencionado Sylvester Graham, inventor da farinha, pão e crackers que levam seu nome, foi um dos primeiros defensores dessa opção dietética (na realidade, ovo-lacta). Esse homem observava o vegetarianismo como um elemento que reduzia “o risco” do onanismo, uma prática que agravava a possibilidade de sofrer cegueira.

Pois, de fato, foi esse fanático senhor puritano que trouxe à tona –e propagou– o boato da relação entre a masturbação e a cegueira. E como solução para esse e outros “males” propunha uma dieta em essência vegetariana, supomos que por ser espartana e distanciada da luxúria. Mas não foi o único a fazer recomendações despropositadas. Também se destaca o doutor John Harvey Kellogg (sim, o dos cereais), que não sei se ficou atrás na hora de postular absurdos promovendo dietas vegetarianas, enemas e outras práticas como solução para uma porção de males, que, segundo ele, provinham de uma moral relaxada, facilitada pela presença de carne na dieta.

Para além das questões sexuais atribuídas às dietas vegetarianas, vale mencionar a falta de cabimento de associar esse tipo de dietas à não violência. Não me refiro à praticada com os animais na hora de sacrificá-los, mas àqueles que argumentam que o vegetarianismo é próprio ou característico de pessoas não violentas. Convém lembrar que o padrão dietético de Adolf Hitler foi qualificado em não poucas ocasiões de vegetariano, embora para alguns historiadores essa imagem tenha sido o resultado de uma ideia de seu ministro da propaganda, Göebbels.

Na realidade, sabendo um pouco da dieta desse genocida, eu a chamaria quando muito de flexitariana, já que era bem conhecida a paixão que ele sentia pelosl eberknödel (uma bolinha de massa de fígado que se pode servir na sopa ou acompanhada de chucrute ou batatas), pomba refogada e outras iguarias que careciam de raízes, talo, folhas e frutos.
Comer mais vegetais fará bem a você, e também ao planeta

Felizmente as historinhas anteriores são apenas narrativas jocosas, mas cai bem tê-las à mão quando alguma pessoa começa a enaltecer os benefícios e justificativas das dietas vegetarianas, de qualquer ângulo. Para lá da questão de ser vegetariano estrito, vegano, ovo-lacto ou flexitariano, há realmente um conselho que tem cara de ser benéfico. Em geral, nós, consumidores, temos uma ingestão bem pequena de alimentos de origem vegetal e nossa saúde seria favorecida se trocássemos fontes alimentares que não são vegetais pelas que são.

As dietas vegetarianas, bem planejadas, são apropriadas para todas as etapas do ciclo vital

De fato, a OMS estabelece o objetivo da ingestão mínima de 400 gramas de vegetais por dia (frutas, verduras e hortaliças), algo de que os espanhóis ainda estão muito longe, mas em que coincidem muitas outras instituições de reconhecido prestígio. Mas isso, além do mais, não nos beneficiaria somente como indivíduos. Voltar os olhos para os vegetais (não é obrigatório pensar no veganismo) implicaria ao mesmo tempo uma gestão dos recursos planetários mais eficiente e sustentável. Essa é pelo menos uma das conclusões do interessante estudo publicado há pouco mais de um ano na prestigiada revista Nature. De modo que, o que quer que você faça com o resto da sua comida, pense com frequência no verde: o mundo –e a sua saúde– agradecerão.

VEGETARIANISMO E VARIAÇÕES
No papel, ser vegetariano é fácil: por definição, trata-se de consumir alimentos de origem vegetal. Sem mais. Entretanto, a coisa se complica na hora de pôr isso em prática, dada a existência de uma importante quantidade de modalidades de vegetarianismo que contam com uma infinidade de nuances, fruto das religiões, da tradição e até mesmo das modas. De um ponto de vista formal, os vegetarianos estritos (aqueles que não fazem nenhuma concessão alimentar de origem animal) são conhecidos como veganos. Mas dentro desse saco do vegetarianismo podem ser encontradas diversas variantes que se permitem certas licenças animais. Do mais habitual ao mais exótico, podemos encontrar pessoas que, sendo vegetarianas, consomem determinados produtos de origem animal, tipicamente ovos e leite, dando origem aos ovo-vegetarianos, lacto-vegetarianos e ovo-lacto-vegetarianos (quando se somam as duas exceções).

A partir daqui a coisa se complica bastante, com numerosas facetas, dando lugar a diferentes tribos vegetarianas relativamente estrambóticas, fruto dessa mania de acreditar que colocar uma etiqueta em tudo que saia fora do habitual seja uma forma de normalizá-lo. Assim, são crudívoros aqueles que, partidários do veganismo e excluindo habitualmente os legumes –embora aceitem os germinados– , só incluem em sua dieta alimentos sem cozinhar, ou com uma escassa aplicação de temperatura. São chamados de frutívoros aqueles que só consomem partes vegetais que não acabem afetando o organismo vegetal do qual procede seu alimento (frutas, frutos secos, sementes, etc.).

Seguindo nessa espiral restritiva ou permissiva, seriam flexitarianos os que se alimentam principalmente de vegetais, mas em momentos pontuais –mais ou menos excepcionais, sem que haja um padrão claro– fazem incursões no mundo dos onívoros. Resumindo: uma espécie de vegetariano relaxado que pretende nadar e proteger a roupa, um “sim, mas não”, um “tantinho”,

Seriam peixetarianos aqueles que seguem um padrão alimentar em essência vegetal, mas se permitem o consumo de peixe e marisco com certa frequência, algo que parece estranho, mas está fazendo furor no Reino Unido. Por último, também há aqueles que em inglês são chamados de pollatarians ou pollotarians – não quero pensar em sua denominação castelhanizada, pelo uso de pollo [frango, em português]– , cuja alimentação é basicamente vegetal, mas têm uma ressalva que lhes permite comer frango (e provavelmente outras aves). Esses três últimos casos são facilmente elimináveis do vegetarianismo, algo que, no sentido estrito do termo, também se poderia aplicar aos ovo-lacto-vegetarianos.

Fonte: El País.

BENEFÍCIOS DA ALIMENTAÇÃO COM PRODUTOS ORGÂNICOS.

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A produção de orgânicos otimiza recursos naturais e socioeconômicos, além de respeitar a cultura das comunidades rurais e incrementar e melhorar as relações de saúde.

Produção orgânica objetiva a sustentabilidade econômica e ecológica, e minimizando o uso de energias não-renováveis e sem utilizar organismos modificados geneticamente ou radiações ionizantes.

Nas últimas décadas houve um crescimento muito grande com relação à preocupação a alimentação e sua relação com a saúde, e por isso as pessoas começaram a investir numa alimentação mais saudável.

Esta mudança de comportamento fez crescer o número de produtores de alimentos orgânicos. Ao contrário dos alimentos convencionais, os produtos orgânicos utilizam técnicas específicas, que respeitam o meio ambiente e potencializam as sinergias ambientais e os serviços ecossistêmicos durante todo o seu processo de produção.

Estes alimentos são obtidos de maneira mais natural, por isso são mais saudáveis e até mais saborosos e nutritivos. Além de frutas, verduras, legumes, grãos e ovos, vem sendo implementada também a produção de carnes orgânicas.

Na produção de ovos e carnes, o cuidado com o rebanho ou a granja é grande, já que os animais não sofrem maus-tratos e não passam por estresse. A alimentação deles é feita com grãos, cereais, sementes, verduras e legumes orgânicos e os animais são criados sem a aplicação de hormônios, anabolizantes e antibióticos. Por isso, os ovos e as carnes orgânicas são mais saudáveis.

Nos grandes centros urbanos, por exemplo, os alimentos orgânicos são encontrados à venda em “Feiras Orgânicas” ou “Feiras Verdes”, que vendem exclusivamente produtos orgânicos. Já nas “feiras livres”, as barracas de orgânicos ainda são em menor número.

É lícito ou relevante evidenciar que apesar de serem alimentos orgânicos, os cuidados com a higiene devem ser os mesmos que com os alimentos convencionais. Os alimentos orgânicos crus devem ser bem lavados e em água corrente, pois também há o risco de contaminação por bactérias e coliformes fecais.

Cana e açúcar orgânicos; grãos como soja, cacau, arroz, café; gengibre, guaraná; frutas como manga, morango, uva, pêssego, rapadura orgânica, cítricos, banana; tomate orgânico e legumes. Também néctares e sucos de frutas, geleias e cosméticos, estão na relação de orgânicos já produzidos no país.

Os alimentos orgânicos evitam os problemas de saúde causados pela ingestão de substâncias químicas tóxicas e estudos tem demonstrado que, os agrotóxicos são prejudiciais ao nosso organismo e os resíduos que permanecem nos alimentos podem provocar reações alérgicas, respiratórias, distúrbios hormonais, problemas neurológicos e até câncer.

Por outro lado alimentos orgânicos são mais nutritivos. Solos ricos e balanceados, com organismos agindo sinergicamente em suas funcionalidades ecossistêmicas, acrescidos de adubação natural, produzem alimentos com maior valor nutritivo.

Alimentos orgânicos são mais saborosos. O sabor e aroma são mais intensos e em sua produção não há agrotóxicos ou produtos químicos que possam modificar sua composição.

Agricultura orgânica não emprega substâncias químicas ou agrotóxicos. A intensa utilização destas substâncias na produção de alimentos, afeta o ar, o solo, a água, os animais e as pessoas. A agricultura orgânica exclui o uso de fertilizantes, agrotóxicos ou qualquer produto químico; e tem como fundamento de sua atividade a preservação dos recursos naturais.

Evita a erosão do solo. Através das técnicas orgânicas tais como rotação de culturas, plantio consorciado, compostagem, e outras. Os solos se mantém férteis pela harmonia que se estabelece entre substrato físico e micro-organismos, com o solo permanecendo sempre produtivo.

Cultivos orgânicos e agroecológicos protegem a qualidade da água. Já os agrotóxicos utilizados nas plantações atravessam o solo, alcançam os lençóis freáticos e subterrâneos e poluem rios e lagos.

Neste contexto, a biodiversidade é protegida, e também toda a vida animal e vegetal em geral. A agricultura orgânica respeita o equilíbrio da natureza, criando ecossistemas saudáveis. A vida silvestre, que constitui parte essencial do estabelecimento agrícola é preservada e áreas naturais são conservadas.

A produção orgânica ajuda os pequenos agricultores, sendo proveniente de pequenos núcleos familiares que tem na terra a sua única forma de sustento. Mantendo o solo fértil por muitos anos, o cultivo orgânico é responsável pela fixação do homem ao campo, revitalizando as comunidades rurais.

Os cultivos orgânicos dispensam os agrotóxicos e adubos químicos, utilizando intensamente a cobertura morta, a incorporação de matéria orgânica ao solo e o trato manual dos canteiros. É o procedimento contrário da agricultura convencional que se fundamenta no petróleo como insumo de agrotóxicos e fertilizantes. Os derivados de petróleo também sustentam a intensa mecanização.

Produtos orgânicos são certificados. A qualidade dos produtos orgânicos é assegurada por um Selo de Certificação. Este Selo é fornecido pelas associações de agricultura orgânica ou por órgãos certificadores independentes, que verificam e fiscalizam a produção de alimentos orgânicos desde a sua produção até a comercialização. O Selo de Certificação é a garantia do consumidor de adquirir produtos mais saudáveis e isentos de qualquer resíduo tóxico.

Fonte: Eco debate.

EFEITOS DA CREATINA.

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1 - Quais as fontes de creatina e como ela é sintetizada?
A Creatina é encontrada somente em produtos animais, particularmente no músculo, tendo como fontes, por exemplo, a carne de boi, de porco e peixe. Um kilo de carne de boi contém em torno de 4 a 5 g de creatina A creatina é sintetizada no corpo humano a partir de vários aminoácidos provenientes dos alimentos protéicos da dieta.

2 -Quais são os objetivos a serem atingidos com a suplementação de creatina?
Na atividade esportiva, a suplementação de creatina tem por objetivo aumentar a quantidade de creatina fosfato no músculo. A creatina fosfato é uma fonte de energia que rapidamente repõe ATP (a fonte imediata de energia durante a contração muscular)

3 - Quando é indicada a suplementação de creatina?
A suplementação de creatina pode ser indicada para indivíduos que competem em esportes que envolvem alta intensidade anaeróbica, tais como corrida, futebol e hockey no gelo.

4 - Quais os efeitos da suplementação de creatina e qual a quantidade indicada?
Tem sido demonstrado que a suplementação de creatina aumenta a creatina total no músculo incluindo a fosfocreatina. O protocolo de suplementação mais comumente utilizado em estudos envolve uma fase de maior carga (20 g de creatina por dia por 3-5 dias), seguida pela fase de manutenção (2-5 g por dia)

5 - A suplementação de creatina tem se mostrado benéfíca para os testes de resistência anaeróbica? E para os testes de resistência aeróbica?
Em geral, a suplementação de creatina não tem demonstrado aumento na performance de exercícios aeróbicos em provas de endurence, a menos que haja um aumento da intensidade no decorrer do evento, como por exemplo uma fase de alta velocidade em provas de ciclismo de longa duração. Realmente, o ganho de peso observado com a suplementação de creatina pode prejudicar a performance em eventos, como na corrida de longa distância, pois existe um maior dispêndio de energia para movimentar o massa muscular adicional.

6 - A Suplementação de creatina é indicada para aumentar a massa corporal?
Sim, numerosos estudos tem mostrado que, quando combinado com treino de resistência (força), a suplementação de creatina pode aumentar a massa muscular, comparando-se com placebo. Muitos estudos tem indicado que o ganho é realmente de massa muscular magra.

7 - Quando a suplementação de creatina pode prejudicar a saúde?
Indivíduos com problemas no rim são os menos indicados para o consumo de creatina. Creatina em excesso, acima das dosagens recomendadas (ou seja, uma curta fase de carga, seguida de uma pequena dose de manutenção), pode ser perigosa conforme estudos de casos já documentados.

A IMPORTÂNCIA DA CAFEÍNA COMO UM NUTRIENTE.

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A cafeína é uma substância que está presente em vários alimentos como o café, o chá, o chocolate, refrigerantes e muitos outros. Apesar disso, ela foi estigmatizada durante algum tempo, chegando até a ser controlada pela agência Antidoping (WADA) num certo período, tendo sido liberada posteriormente sem restrições ao seu consumo. Como é uma substância com efeito estimulante, o consumo diário deve ser moderado. Entretanto, ao contrário de ser vista como um perigo, pode e deve ser considerada um componente importante da dieta.

O “perigo” que se costuma atribuir à cafeína deve-se principalmente ao erro conceitual de confundi-la com substâncias realmente perigosas para a saúde, como a efedrina. É muito comum atribuir o termo “termogênico” genericamente, tanto para a cafeína como para a efedrina. A cafeína é uma substância nutricional, enquanto a efedrina é um fármaco, cuja comercialização é proibida pela ANVISA. A efedrina sim é um perigo para a saúde, e os episódios que ocorrem muitas vezes com resultados trágicos, devem ser atribuídos ao consumo deste fármaco e não à cafeína.

A importância da cafeína como um nutriente que deve fazer parte da dieta foi recentemente enfatizada pelo Ministério da Saúde americano. O recém publicado “Dietary Guidelines” 2015-2020 orienta a população a respeito de como conduzir uma dieta adequada e enfatiza que o consumo diário de 400 mg de cafeína pode ser incorporado como parte de uma dieta saudável.

O consumo moderado segue a recomendação de bom senso, devendo ser evitado por quem apresente problemas cardíacos, assim como a glicose deve ser controlada para quem é diabético, as gorduras por quem tem colesterol elevado, etc.

Para o indivíduo saudável a cafeína tem benefícios, particularmente para quem pratica exercícios físicos, pois ela potencializa a queima de gordura, melhora a tolerância aos exercícios prolongados e melhora a ”qualidade do treino” quando a disposição física não ajuda.

Fonte: Eu atleta.

POR QUE OS HORMÔNIOS SÃO TÃO IMPORTANTES PARA O EQUILÍBRIO DO CORPO.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016 0 comentários
Eles são responsáveis por zelar pelo seu sono, fazer seu sistema reprodutor trabalhar, preparar seu corpo para situações de estresse, metabolizar o que você come e ainda influenciam seu humor e comportamento. E mais: são capazes de promover uma série de alterações físicas visíveis, que vão desde impulsionar o crescimento até o ganho ou perda de peso, por exemplo. 

Os hormônios são substâncias químicas produzidas principalmente por glândulas e injetadas diretamente na corrente sanguínea. Eles percorrem o corpo até encontrar as células-alvo, aquelas nas quais vão agir. Por meio de receptores, se acoplam nessas células e iniciam suas funções.

— O hormônio é a chave, e a célula tem várias fechaduras, que podem estar em diferentes locais da sua estrutura. No momento em que acontece essa ligação, diferentes ações no metabolismo celular são desencadeadas — ilustra o endocrinologista do Hospital Moinhos de Vento Fernando Gerchman.

Todas as ações reguladoras disparadas a partir dos hormônios ocorrem de forma tão natural e silenciosa a ponto de só se tornarem perceptíveis em caso de disfunções.

— Só notamos a ação dos hormônios quando há alguma doença que afete a função da glândula, que passa a produzir a substância para mais ou para menos — diz o médico integrante do comitê de endocrinologia e metabologia da Unimed Porto Alegre Sérgio Lerias de Almeida.

A importância dessas substâncias é tamanha que, segundo Gerchman, os estados de deficiência ou excesso podem provocar doenças que acarretam até a morte.


Eles mexem com o seu humor
Boa parte das mulheres sabe como é ter de lidar com as variações hormonais, especialmente nos dias que antecedem a menstruação. A síndrome pré-menstrual, conhecida como tensão pré-menstrual, ou TPM, mostra com nitidez como essas substâncias podem mexer com o organismo. De acordo com a professora de ginecologia da UFRGS Maria Celeste Osório Wender, de 70% a 80% das mulheres percebem alterações no corpo e/ou no humor antes de menstruar, embora somente de 20% a 30% delas reúnam sintomas suficientes para classificar a situação como síndrome. Ansiedade, choro fácil, aumento de apetite, retenção de líquidos e dor de cabeça são algumas das alterações enfrentadas pelas mulheres e relacionadas ao período.

Tudo isso ocorre porque hormônios sexuais, como estrógeno e progesterona, que atuam no sistema nervoso central, precisam ter sua produção reduzida para que a menstruação ocorra. Com a diminuição, algumas áreas do corpo passam a não ser atendidas por eles, o que gera alterações comportamentais.

Diminuir os efeitos desse processo não é muito fácil. Evitar alimentos que estimulem o sistema nervoso central (como os ricos em cafeína, por exemplo), praticar exercícios físicos e manter uma dieta saudável são atitudes que podem ajudar. Em alguns casos, anticoncepcionais de uso contínuo, que interferem na quantidade de hormônios no corpo, podem ser indicados.

— Há uma série de coisas que são indicadas, mas poucas têm comprovação. É preciso entender que isso é uma manifestação um pouco exacerbada da fisiologia — pondera Maria Celeste.

Outro hormônio capaz de provocar importantes mudanças no comportamento é o cortisol. Com a função básica de preparar o corpo para situações de estresse — tanto emocional quanto físico — essa substância, quando em excesso, pode gerar euforia.

— O efeito mais nítido da ação do cortisol é não deixar a glicose do corpo baixar. Ele faz o fígado produzir glicose, o que chamamos de gliconeogênese, que é a produção por meio de fontes que independem da alimentação — explica o médico integrante do comitê de endocrinologia e metabologia da Unimed Porto Alegre Sérgio Lerias de Almeida.

Conforme a endocrinologista do Hospital de Clínicas de Porto Alegre e professora de Fisiologia da UFRGS Poli Mara Spritzer, a quantidade de cortisol produzida pela glândula é proporcional à intensidade do estresse gerado. À medida que a situação causadora da tensão vai se resolvendo, os níveis do hormônio se normalizam.

— O sistema endócrino é capaz de regular a produção dos hormônios, inclusive o cortisol. Isso permite que a pessoa se adapte a situações adversas, mantendo a integridade das funções essenciais — explica Poli Mara.

Mesmo em um quadro de estresse crônico, o organismo é capaz de manter essa regulação, ainda que possam ocorrer certos prejuízos. De acordo com Almeida, a elevação do cortisol causada por estresse não tem capacidade, sozinha, de provocar doenças. Entretanto, ela pode ser prejudicial principalmente para quem já tem predisposição a alguma patologia, contribuindo para que o problema apareça. Pessoas com tendência a ter pressão alta, por exemplo, podem ficar mais suscetíveis à hipertensão quando o cortisol aumenta.

Hormônios produzidos na glândula tireoide também podem acarretar mudanças de comportamento.

— A disfunção mais comum relacionada à tireoide é o hipotireoidismo, quando há queda na produção de seus hormônios. Ela provoca sonolência excessiva e comportamento depressivo — comenta Almeida.

Segundo o endocrinologista do Hospital Moinhos de Vento Fernando Gerchman, um procedimento de rotina em pacientes diagnosticados com depressão é dosar os hormônios da tireoide.

— Há casos da doença completamente dependentes dos hormônios da tireoide, ou que são provocados por uma patologia em outra glândula, a adrenal — diz Gerchman.

Eles mexem com o seu apetite
As conexões feitas pelo corpo para equilibrar apetite, fome e saciedade são extremamente complexas. São vários hormônios e neurotransmissores envolvidos nesse processo que, até hoje, não foi bem compreendido pela ciência.

— Se fosse bem entendido, teríamos melhores ferramentas para tratar a obesidade — afirma Guilherme Alcides Flores Soares Rollin, membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).

Mas há um consenso: a insulina, a grelina, o GLP-1, o GIP e a leptina são hormônios com atuação direta nesse aspecto.

A insulina regula o nível de glicose no sangue, e a alimentação é o principal estímulo para sua produção, que ocorre no pâncreas. Farináceos em geral e alimentos ricos em carboidratos tendem a elevar a sua fabricação. Em excesso, ela pode aumentar o apetite e trazer problemas ao metabolismo.

— Estudos têm mostrado que a gente precisa diminuir os carboidratos da dieta e que, talvez, para os obesos seja mais importante reduzir o açúcar do que a gordura. Embora o ideal seja fazer um pouco de tudo — aponta Rollin.

A grelina, produzida pelo estômago, o GLP-1 e o GIP, produzidos pelo intestino, são responsáveis por enviar ao cérebro sinais para regular o apetite e a saciedade.

O GLP-1, inclusive, tem uma ação importante no tratamento de diabetes e de obesidade — no Brasil, entretanto, seu uso só é autorizado para tratar o diabetes.

A fome e a saciedade relacionam-se também com a leptina, hormônio produzido pelo tecido adiposo que tem o papel de inibir o apetite. Estudos e artigos apontam um paradoxo no que diz respeito à produção da substância: pessoas obesas têm altas concentrações da leptina que, em tese, deveria regular a quantidade de alimentos que é ingerida.

— O nível do hormônio no sangue não representa o efeito dele. Existem situações em que a genética tem resistência à ação

de determinado hormônio. Especula-se que alguns obesos tenham resistência à leptina, por isso não ficam saciados — justifica Rollin.

Eles mexem com o seu corpo
O crescimento de uma criança e seus órgãos, ou mesmo o aumento da massa muscular em um adulto, também são comandados pelos hormônios. Responsável por essas ações, o GH, popular hormônio do crescimento, atua na proliferação das células e no metabolismo da glicose e do colesterol. Sua secreção é estimulada durante as horas de sono — o que explica, em parte, aquela história contada pelas avós de que é preciso dormir cedo para crescer de forma adequada.

— Ele é liberado em quantidades maiores até os 20 anos, atuando na cartilagem, na parte do tecido ósseo que ainda não está bem formada. Ele faz com que haja crescimento longitudinal dos ossos e também dos órgãos internos — pontua Poli Mara.

Ao fim do período de crescimento, o GH passa a ser produzido em menores quantidades, mas ainda exerce funções importantes no metabolismo e na composição do corpo, mantendo uma distribuição adequada da gordura e boa massa muscular. Isso leva algumas pessoas a buscarem esse hormônio para conquistar massa magra mais rapidamente. Mas a administração da substância precisa ser feita com cuidado e, claro, com orientação médica.

— Não é uma coisa tão simples. Aumenta o músculo, mas vai trazer uma série de problemas. Se a pessoa tem predisposição ao câncer, ela vai estimular o crescimento das células cancerosas e, em excesso, pode trazer também o diabetes — alerta Rollin.

Além disso, o consumo do hormônio para fins estéticos pode provocar alterações semelhantes às de uma doença chamada acromegalia, caracterizada pelo crescimento exacerbado do nariz, das orelhas e do queixo.

Os hormônios sexuais como estrógeno e testosterona também são responsáveis por mudanças físicas. O primeiro, além da função reprodutiva nas mulheres, também responde pelas características femininas do corpo. Além disso, quando deixa de ser produzido — durante a menopausa — ele provoca ressecamento vaginal e pode trazer alterações ao sistema urinário.

Com o envelhecimento, os dois hormônios sexuais sofrem um decréscimo em sua produção acarretando outro problema: a osteoporose, pois também estão relacionados com a regulação do metabolismo ósseo. Segundo Maria Celeste, da UFRGS, um terço das mulheres na menopausa sofre com a osteoporose.

Eles mexem com o seu sono
Uma boa noite de sono também tem relação direta com os hormônios. Por meio de um mecanismo extremamente regulado, nosso corpo reduz a secreção de cortisol ao longo do dia, preparando-nos para dormir. Durante o período de descanso, entra em cena a melatonina, hormônio relacionado aos estímulos luminosos — seria ele o responsável por dizer ao corpo que, quando escurece, é chegada a hora de dormir. Quem sofre de insônia, por exemplo, pode ter alguma deficiência da substância.

Apesar de ainda ser uma questão pouco esclarecida pela ciência, especula-se que a melatonina possa ter ligações com a moderação do apetite — o que poderá, futuramente, contribuir para o tratamento da obesidade —, ter efeito antioxidante e também alguma relação com o câncer.

— Ainda vamos aprender muito sobre ela — afirma Rollin.

Há outros hormônios que interferem no sono: é por causa do cortisol que o corpo começa o processo de acordar. A adrenalina, fabricada pela medula adrenal, também está vinculada a uma boa noite de sono. Responsável por aumentar a pressão arterial e os batimentos cardíacos, essa substância, assim como o cortisol, prepara o corpo para situações de estresse. Ela e o cortisol, quando em alta, dificultam o sono. Vem daí a recomendação para não fazer atividades físicas noturnas, que aumentam a produção desses hormônios num momento em que eles deveriam ser reduzidos.

Fonte: Zero Hora.